A Raposa tem mais grupo, mais técnico, mais banco e terá mais de 60 mil vozes a empurrar a equipe, no Mineirão, ou "Toca 3"
Jamais fiquei em cima do muro num clássico entre Cruzeiro e Atlético. Analiso o momento das duas equipes, os prós e contras, e procuro emitir meu parecer. Não tenho a menor dúvida em dizer que o “Cabuloso” é o grande favorito, pois, neste momento, ocupa as primeiras posições na tabela, tem mais time, mais grupo, mais técnico, mais banco e terá mais de 60 mil vozes a empurrar a equipe, no Mineirão, ou “Toca 3”, como preferirem. Na final do Mineiro, mesmo com a vantagem do Cruzeiro, apontei o Galo como favorito e ele ganhou a taça. Naquele momento, era infinitamente melhor. Sei que há aqueles que, por questões empresariais, têm que puxar a sardinha para o lado alvinegro e dizer que o Atlético é melhor, mas nem mesmo o torcedor mais equilibrado acredita nisso, haja vista a declaração de Gustavo Scarpa: “o Cruzeiro pratica o melhor futebol do Brasil, atualmente”. Gosto de gente verdadeira. Gostaria de saber se aqueles que são contra mim, quando emito a minha opinião, vão ficar contra Scarpa? Sim, no Brasil, dizer a verdade parece que é crime.
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A lamentar o horário indecente e vergonhoso para um clássico dessa grandeza. 21h30, num país violento, onde o cidadão sai de casa e não sabe se voltará vivo. Sem contar com as facções, impedidas de frequentar o estádio, mas que marcam pontos de encontro para se digladiarem. Como uma senhora, um senhor, os meninos e meninas podem ir a um estádio sabendo que o jogo vai acabar quase meia-noite. Um dos clássicos de maior rivalidade do Brasil deveria ser disputado no domingo, às 4 da tarde. Mas os dirigentes, a CBF e demais “autoridades” estão se lixando para o povo. Quem manda e desmanda é a televisão, detentora dos direitos. Na Europa, onde você pega o metrô na porta da sua casa e desce quase dentro do estádio, os jogos começam às 8 da noite, nos dias de semana, e a tarde, aos sábados e domingos. E olha que lá a violência é quase zero. Que vergonha a CBF, sem representatividade, com um dos piores presidentes de sua história, querendo posar ao lado das meninas do futebol. Ednaldo, a quem elogiei no começo da gestão, por acreditar que mudaria a face da entidade, é uma decepção. Ele quer mais é voar em primeira classe, comer caviar e tomar vinhos caros. Ganha cerca de R$ 1 milhão mensais, na CBF, Fifa e Conmebol, e que se dane o resto. Assim também pensam os donos da televisão que comprou os direitos de transmissão. “Dane-se o povo!”
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O Cruzeiro é o grande favorito, mas isso não implica dizer que já ganhou. Longe disso. Vai precisar jogar muita bola para superar o rival. É sabido que quando uma equipe está pior que a outra, ela se supera. O problema é que Hulk é meio time, e sem ele, o Galo fica prejudicado. O técnico Milito, que começou elogiado por todos – é verdade, encarando adversários de qualidade duvidosa –, é questionado pela torcida. Ele é o menos culpado, pois digo há tempos que o Atlético tem um time mediano, com Hulk, Paulinho, Arana e Everson como grandes destaques. No mais, é uma equipe bem comum. Mesmo o Flamengo não jogando bem e não sendo referência, muito mal treinado por Tite, eu pergunto: que jogador alvinegro seria titular no Flamengo? Mas, como diz o velho ditado:
“jogo é jogado e lambari é pescado”. Que tenhamos uma grande partida e que vença a equipe que propuser o melhor futebol, independentemente do favoritismo e do horário indecente e terrível no país da corrupção, mentira e violência em níveis inadmissíveis.
Tragédia
Que Deus receba os passageiros mortos na queda do avião em Vinhedo, São Paulo, e que conforte o coração das famílias e amigos. Uma tragédia sem precedentes. Nossos sentimentos e condolências.
Foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A. Press
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