Um homem de 47 anos foi preso em Itabira, na região Central de Minas Gerais, após vítimas o denunciarem por abuso sexual praticado durante ritos religiosos. Segundo a Polícia Civil, os abusos eram cometidos com a intenção de curar doenças dos fiéis que frequentavam o centro religioso. "Se, por exemplo, a mulher tinha câncer de mama, ele pedia para chupar os seios dela", disse o delegado responsável pelas investigações, Dr. João Martins Teixeira.
Continua após a publicidade
As investigações começaram há um mês, após uma das vítimas procurar a Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM). O suspeito, natural de Itabira, foi preso na tarde desta terça-feira (9/9) na sua casa que fica no andar de cima do centro religioso. De acordo com Teixeira, ele não ofereceu resistência à prisão.
Após o mandado de prisão preventiva cumprido, o auto intitulado "líder religioso", chegou a confessar em depoimento, algumas práticas relatadas pelas vítimas, como o usos de ervas e grãos mas negou que prometia cura de doenças e que tocava nas partes íntimas das vítimas. "Não tinha uma religião específica praticada no centro religioso, mas identificamos práticas relacionadas a religiões de matriz africana, como Candomblé e Umbanda", explicou o delegado.
Continua após a publicidade
A entidade
Conforme relatos da mulheres, o investigado dizia incorporar um Exu, espírito chamado Sete Punhal. O suspeito chegou a dizer em depoimento que o espírito gostava de farra, bebidas e sexo. "Para as vítimas, ele alegava que a prática de atos libidinosos tinha o propósito de trazer benefícios espirituais", explicou Teixeira.
De acordo com Teixeira, foram descritos pactos, nos quais as vítimas deveriam ter relações de cunho sexual, além de banhos nos quais o homem untava as mulheres nuas com alimentos. “O suspeito prometia curar enfermidades de algumas vítimas por meio de atos sexuais praticados com elas”, completa.
Continua após a publicidade
As vítimas e os rituais
Até o momento foram ouvidas 15 testemunhas, sendo 12 vítimas diretas dos abusos cometidos e três, de pessoas que frequantavam o centro. "Ainda vamos colher depoimentos nos próximos dias, de cerca de 6 pessoas que presenciavam os atos", disse Teixeira.
De acordo com o delegado, os depoimentos revelaram que os rituais eram muito parecidos entre si. "Além das mulheres, ele fazia os rituais com homossexuais também", afirmou Teixeira. Durante a prática, o homem incorporava o espírito Sete Punhal e ficava em transe. De acordo com o depoimento das vítimas, o líder religioso, pedia para elas ficarem nuas enquanto ele fazia o ritual.
O delegado disse ao Super Notícia, que o suspeito às vezes passava ervas ou colocava grãos pelo corpo das vítimas, realizava os toques íntimos e até penetração, dependendo do caso. "Se por exemplo a mulher tinha câncer de mama, ele pedia para chupar os seios dela. Se ela alegava cisto no ovário, ele fazia a penetração com a desculpa que iria curar a doença", afirmou Teixeira.
A investigação
Segundo o delegado responsável pelo caso, ainda há depoimentos a serem colhidos e algumas diligências referentes ao caso. "Até o momento o caso mais antigo relatado por uma vítima que teve coragem de denunciar, aconteceu há três anos", relatou Teixeira. A Justiça expediu ainda um mandado de busca e apreensão, sendo recolhidos dois celulares do investigado que ainda serão periciados em busca de mais evidências dos crimes praticados.
Com a conclusão do inquérito, o líder religioso pode ser indiciado por prática de importunação sexual e violação sexual mediante fraude, além de estelionato sexual.
Após prestar depoimento, ainda na terça-feira(9), o suspeito foi levado para o presídio de João Monlevade, no Norte de Minas Gerais, onde vai aguardar preso a conclusão das investigações. O centro religioso está fechado.
Siga nas Redes Sociais:
Facebook – Panorama Pop
Instagram - @radiopanoramapop
Foto: Divulgação/PCMG
Panorama Pop com O Tempo
