Segundo informações da PM, corpo do idoso foi enterrado no lugar de um homem em vulnerabilidade social, depois que eles morreram no Hospital Regional de Barbacena. Unidade de saúde e Polícia Civil apuram o caso.
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A família de um idoso que estava internado no Hospital Regional de Barbacena acionou a Polícia Militar depois de perceber a troca do corpo do falecido.
A descoberta aconteceu na noite de quarta-feira (5), na chegada do caixão na Capela Mortuária da Igreja Boa Morte, local onde aconteceria o velório. De lá, o corpo do idoso seria levado para Belo Horizonte para ser cremado.
A suspeita é que o cadáver tenha sido trocado por outro paciente que também morreu na unidade de saúde no mesmo dia. O outro homem seria uma pessoa em vulnerabilidade social e foi sepultado horas antes com a presença de apenas uma pessoa.
A Polícia Civil disse que apura as circunstâncias que teriam levado à troca dos corpos e que, "em um primeiro momento, ainda não há que se falar em crime, por não haver nenhuma indicação de dolo na conduta".
Já a Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig), responsável pelo do Complexo Hospitalar, disse que instaurou sindicância interna para apurar os fatos e auxiliar as investigações: “Todas as medidas cabíveis serão adotadas para responsabilizar os envolvidos, caso sejam constatadas irregularidades no processo de trabalho”.
Familiares chegaram a achar que idoso estivesse vivo
Conforme informações que constam no Registro de Eventos de Defesa Social (Reds) da PM, depois de perceber a troca do corpo, a filha do idoso acionou o serviço funerário e também retornou ao hospital, acreditando que o pai, na verdade, ainda pudesse estar vivo.
Após contatos com outras funerárias, os familiares souberam que uma pessoa, em vulnerabilidade social, havia sido enterrada, por volta de 17h, também no Cemitério Parque Repousos da Saudade. Ao ser apresentada a fotografia do homem que tinha sido sepultado mais cedo, a filha percebeu, então, que o outro homem, na verdade, era o pai dela.
Diante disso, a PM também fez contatos com as duas funerárias responsáveis pela retirada dos corpos. Uma delas alegou que havia somente um corpo no necrotério no momento da chegada da equipe, por volta das 13h. Ela então colocou a pulseira de identificação no cadáver como sendo o idoso, só percebendo algo errado na chegada do cadáver ao velório.
A funcionária da outra empresa responsável pelo serviço funerário também disse ter sido acionada para retirar um corpo no hospital e que, ao chegar lá, somente um corpo estava e que “pelo fato de ter apenas um corpo no necrotério, não conferiram a etiqueta presumindo que só poderia ser aquele”.
Ela ainda disse que o sepultamento, por volta das 17h30, foi acompanhando por apenas uma pessoa, responsável pela casa de passagem na qual o falecido residiria. A mulher teria chegado a abrir o caixão e chorado por alguns minutos.
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Família pede exumação
O boletim de ocorrência da PM indica que o corpo da pessoa em vulnerabilidade social permanecia na funerária esperando liberação para sepultamento.
Segundo a Polícia Civil, todas as medidas administrativas cabíveis já foram tomadas e as famílias encaminhadas ao Poder Judiciário para que obtenham a solução da demanda. Na tarde desta quinta-feira (6), o advogado da família do idoso disse que entrou com pedido de exumação do corpo.
A reportagem tentou contato com as funerárias, sem sucesso, e também busca um posicionamento do cemitério. As ligações, no entanto, não foram atendidas.
Foto: Thaís Fullin/TV Integração
Panorama Pop com G1 Zona da Mata