Guerras do tráfico se intensificam em Minas Gerais e desafiam segurança pública
Minas
Publicado em 20/05/2024

Governo admite aumento do intercâmbio entre facções mineiras e de outros Estados, e policiais relatam escaladas dos homicídios

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A cada dia, pelo menos sete pessoas perdem a vida de forma violenta em Minas Gerais. Em meio à chegada de facções criminosas de outras partes do país, a tensão cresce no tráfico de drogas, assim como o risco de enfrentamentos mais violentos entre os criminosos. Um problema ainda não quantificado nos dados, mas já sentido na prática por parte da população e pelas forças de segurança pública que têm intensificado operações nos aglomerados em uma tentativa de barrar a escalada da violência e impedir que os homicídios no Estado cresçam pelo segundo ano consecutivo. Só no primeiro trimestre de 2024, 634 pessoas foram assassinadas no Estado.

Segundo dados da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp), do total e homicídios ocorridos nos primeiros três meses de 2024, 199 foram na região metropolitana de Belo Horizonte. Em todo o ano passado, 2.605 pessoas foram mortas em Minas — alta de 4% quando comparado com 2022 (2.495). Apesar de os números não terem apresentado um salto elevado, a situação requer atenção, conforme especialistas.

“A maior parte dos homicídios em Minas Gerais e no Brasil está muito relacionada com as disputas das facções por pontos de tráfico de drogas. Agora, temos o Comando Vermelho (CV), Primeiro Comando da Capital (PCC) e Terceiro Comando da Capital (TCC) crescendo no nosso Estado. É bem provável que a inserção dessas facções nas principais cidades esteja elevando as disputas por pontos de venda de drogas e ocupação de espaços territoriais, logo isso vem ocasionando os homicídios", afirma o especialista em segurança pública Luís Flávio Sapori.

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Em nota, a própria Sejusp admite que a atuação das facções é um problema a ser enfrentado. “A atuação de facções criminosas nacionais no estado de Minas Gerais decorre da própria condição de interestadualidade e transnacionalidade do crime organizado. O intercâmbio criminoso entre indivíduos de diferentes localidades, que já era antigo, também foi potencializado com o avanço das tecnologias de comunicação. Há no Estado uma intensificação de esforços das Forças de Segurança para desarticular as facções e neutralizar a expansão de suas atividades em Minas Gerais”, diz.

Foto: Reprodução/Video

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