A informação é do estudo “Estatísticas de gênero: indicadores sociais das mulheres no Brasil”, divulgado nesta sexta-feira (8) pelo IBGE
A mortalidade materna caiu em 2022, retornando ao patamar pré-pandemia de covid-19: foram 57,7 óbitos a cada 100 mil nascidos vivos. No ano anterior, a proporção era de 117,4 a cada 100 mil nascimentos, acima da meta dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, que indica a redução para 70 mortes a cada 100 mil nascidos vivos até 2030.
A informação é do estudo “Estatísticas de gênero: indicadores sociais das mulheres no Brasil”, divulgado nesta sexta-feira (8) pelo IBGE. O objetivo é trazer uma sistematização de informações fundamentais para análise das condições de vida das brasileiras.
Continua após a publicidade
O estudo também aponta que houve uma redução do número de filhos por mulher: a queda entre 2018 e 2022 alcançou 13%, como explica a pesquisadora do Instituto Betina Fresneda.
Entre 2013 e 2019, houve aumento no número de mulheres que realizaram ao menos seis consultas de pré-natal durante a gravidez, como recomenda o Ministério da Saúde, segundo Betina.
Na parte do estudo dedicada aos direitos humanos de mulheres e meninas, os indicadores sobre gravidez na adolescência apontam que houve uma redução significativa dos nascimentos no grupo de 10 a 19 anos, entre 2010 e 2022: de 552,6 mil para 315,6 mil, uma queda de quase 43%. O maior percentual de nascimentos nesse grupo etário está no norte do país, detalha a pesquisadora do IBGE Barbara Cobo.
Essa informação dialoga com o indicador de casamentos precoces. A pesquisadora afirma que este é fenômeno que impacta mais a vida das meninas do que dos meninos.
Continua após a publicidade
Na parte relacionada a violência, a pesquisa mostra que, em 2019, pelo menos 6% das mulheres de 18 anos ou mais de idade sofreram violência psicológica, física ou sexual praticada por parceiro íntimo, ex ou atual, nos 12 meses anteriores à entrevista. Segundo Barbara Cobo, as jovens foram as que mais relataram esses tipos de violência.
Nos últimos anos, ainda houve queda na taxa de homicídio doloso a cada 100 mil mulheres no país, depois da promulgação da Lei do Feminicídio. A análise aponta que a taxa de morte de mulheres pretas ou pardas foi maior do que a de mulheres brancas.
Esta é a 3ª edição do estudo, que tem periodicidade trienal. Além das informações que o IBGE dispõe, o estudo utiliza outras bases de dados como do Ministério da Saúde, do Tribunal Superior Eleitoral, do Conselho Nacional de Justiça e do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira.
Foto: IBRAPSI
Panorama Pop com Agência Brasil