Segundo as investigações, Cezar Daniel Mondego de Souza foi responsável pela vigilância e monitoramento da vítima
Rio - Um dos suspeitos de envolvimento na morte do advogado Rodrigo Marinho Crespo foi preso, nesta terça-feira (5), por agentes da Delegacia de Homicídios da Capital (DHC). Cezar Daniel Mondego de Souza é apontado como o terceiro homem que tem ligação com o crime. Segundo as investigações, ele e Eduardo Sobreira Moraes foram os responsáveis pela vigilância e monitoramento da vítima. Rodrigo foi morto a tiros no último dia 26, por volta das 17h, na Avenida Marechal Câmara, no Centro do Rio.
Cezar era assistente no Departamento de Patrimônio na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) e foi exonerado na última quinta-feira (29). O posto foi assumido por Eduardo no dia seguinte. De acordo com o Portal da Transparência da Alerj, Cezar Daniel recebia remuneração de R$ 2.029,37. Com a exoneração, o valor seria pago, então, para Eduardo Sobreira. Questionada, a Alerj disse que assim que tomou conhecimento sobre o caso, e antes mesmo de ter sido realizada a posse, o órgão tornou o ato de nomeação sem efeito em publicação no Diário Oficial.
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As buscas seguem para localizar o PM Leandro Machado Da Silva, do 15ªBPM (Caixas), e Eduardo Sobreira Moraes. Ambos já são considerados foragidos da Justiça. Segundo as investigações da Delegacia Homicídios da Capital (DHC), Eduardo e Cezar vigiaram a vítima nos dias que antecederam o crime, e também no dia da morte, na parte da manhã até o início da tarde, utilizando um veículo VW/GOL branco, similar ao dos executores.
O veículo foi entregue a Eduardo pelo PM Leandro Machado, responsável por coordenar toda a logística do crime. O policial, inclusive, já foi investigado e preso pela prática de homicídio, e por integrar grupo paramilitar com atuação em Duque de Caxias. O agente, que está afastado das ruas por responder a outro inquérito policial, ainda teria ligação com Vinícius Pereira Drumond, filho do falecido contraventor Luizinho Drumond, que controlava o jogo do bicho na Zona Leopoldina. Ele também é investigado por fazer parte de uma organização criminosa responsável por execuções no Rio.
As investigações seguem em andamento identificar os demais envolvidos e a motivação do assassinato.
Relembre o caso
O crime aconteceu em frente ao escritório onde o advogado era sócio fundador, na calçada do prédio da OAB-RJ. De acordo com imagens de câmeras de segurança, um carro branco se aproximou da vítima às 17h16 da última segunda-feira (26). Em ação que durou cerca de 14 segundos, um homem encapuzado deixou o veículo e efetuou diversos disparos contra Rodrigo.
Antes de atirar, o homem ainda chamou o advogado pelo nome. Ainda segundo a DHC, a atitude demonstra, inicialmente, que o executor queria ter certeza de que estava abordando o alvo certo. O advogado foi baleado duas vezes quando estava de pé e outras dez após cair. Rodrigo estava lanchando com o sobrinho no momento em que foi surpreendido pelo criminoso
Rodrigo foi enterrado no início da tarde de quarta-feira (28), no Cemitério São João Batista, em Botafogo, Zona Sul do Rio. A despedida foi marcada pelo silêncio e tristeza de familiares e amigos, que não quiseram comentar o caso.
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Membro do Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB) desde novembro de 2011, Rodrigo Crespo fazia parte da Comissão de Direito Processual Civil. Também era sócio fundador do Marinho & Lima Advogados, tinha experiência em Direito Civil Empresarial com ênfase em Contratos e Direito Processual Civil. Ele se formou em 2005 na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ) e tinha pós-graduação em Direito Civil Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas (FGV).
Conforme consta no Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ), Rodrigo estava à frente das defesas de processos por posse, aquisição de bens materiais, indenização por bens materiais e confissão de dívidas. O advogado também atuou contra Glaidson Acácio dos Santos, o 'Faraó dos Bitcoins', em um processo que correu entre 2022 e 2023 na 3ª Vara Cível da Barra da Tijuca, Zona Oeste. O inquérito foi arquivado porque o homem que processou Glaidson deixou de se manifestar à Justiça após não conseguir a gratuidade no processo.
Foto: Reprodução/Redes sociais
Panorama pop com Agência O Dia