Ataque a tiros em colégio estadual do Paraná deixa uma menina morta
Brasil
Publicado em 19/06/2023

Atingido na cabeça, um menino foi socorrido em estado grave e encaminhado ao Hospital Santa Casa de Misericórdia do município

Uma estudante de 17 anos morreu e ao menos outro ficou ferido em um ataque a tiros no Colégio Estadual Professora Helena Kolody, em Cambé, norte do Paraná. Eles foram identificados como Karoline Verri Alves e Luan Augusto e eram namorados, segundo parentes e professores.

Atingido na cabeça, o menino de 16 anos foi socorrido em estado grave e levado para o Hospital Universitário de Londrina, a 14km de Cambé. A instituição afirmou que o estado do rapaz é "gravíssimo" e que ele respirava com auxílio de aparelhos, ainda no atendimento de urgência.

A Polícia Militar do Paraná informou que um ex-aluno, de 21 anos, foi até a direção do colégio alegando que precisava de cópias de documentos. Depois disso, ele teria ido ao banheiro e, na saída, começou a atirar. Ele foi preso.

"O que eu vi foi um desespero muito grande, alunos saindo pelos arredores da escola desesperados"

Em entrevista à rádio CBN, a professora Nara Cordeiro relatou a correria para sair da escola. "Estávamos começando a segunda aula, fazendo chamada, quando ouvimos o barulho dos disparos achando que era bombinha, brincadeira de criança. Os alunos ficaram sem saber o que estava acontecendo, mas, pela movimentação, começaram a correr, porque parece que tava vindo alguém atirando", contou.

Segundo a professora, rapidamente as ruas da escola foram tomadas pelos estudantes que deixaram a unidade às pressas. "O que eu vi foi um desespero muito grande, alunos saindo pelos arredores da escola desesperados. E eu não sabia o que fazer, se eu voltava para ajudar os alunos que estavam lá [dentro da escola] ou se eu ajudava os meus alunos que estavam aqui."

Autoridades lamentam caso; Flávio Dino culpa redes sociais

O governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD) decretou luto de três dias no Estado. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva usou as redes sociais para se manifestar sobre a morte da estudante e o ferimento do namorado dela.

“Recebo com muita tristeza e indignação a notícia do ataque no Colégio Estadual Professora Helena Kolody, em Cambé, no Paraná. Mais uma jovem vida tirada pelo ódio e a violência que não podemos mais tolerar dentro das nossas escolas e na sociedade. É urgente construirmos juntos um caminho para a paz nas escolas. Meus sentimentos e preces para a família e comunidade escolar”, escreveu Lula.

O ministro da Justiça, Flávio Dino, também comentou a invasão e a morte, mas deu a declaração durante um evento público.

“Tive uma notícia que impacta todas as famílias brasileiras. Infelizmente vimos a violência se manifestar onde é o lugar mais sagrado para as famílias. Houve um novo ataque de violência no Paraná. Infelizmente uma jovem perdeu a vida, e outro foi baleado”, disse o ministro.

“Hoje vemos no Brasil a apologia à violência na palma das mãos dos jovens”, completou o ministro, se referindo aos smartphones e às redes sociais.

O governo federal tem se esforçado para regulamentar as plataformas digitais, com a mudança de políticas, com o argumento de conter a rede de ódio espalhada por meio de redes sociais. Para Flávio Dini, essa questão é a "mais fundamental" do país atualmente.

"E há quem não queira ver, sempre procurando individualizar um problema que é sistêmico, que é social, quando se implanta o vale tudo, a lei do mais forte, e se abole os laços interpessoais de sociedade, de respeito, de amor, de fraternidade, que fundam uma sociedade saudável", frisou.

Foto: Reprodução/Twiter

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