Assembleia Legislativa realiza, nesta terça-feira (21), audiência pública para discutir direitos das pessoas com Síndrome de Down
A Comissão de Defesa da Pessoa com Deficiência realiza, nesta terça-feira (21), data em que se celebra o Dia Internacional da Síndrome de Down, uma audiência pública sobre o tema na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, em Belo Horizonte. O objetivo do evento é conscientizar a população quanto à importância da igualdade e da inclusão desse público.
Segundo Leonardo Gontijo, fundador e Presidente do Instituto Mano Down, a audiência é uma oportunidade para que eles possam discutir sobre a inclusão das pessoas com Síndrome de Down nas escolas e no mercado de trabalho. “São um grupo de pessoas que querem trocar a palavra exclusão por oportunidade ”, conta Leonardo. A audiência foi solicitada pelo deputado Grego da Fundação (PMN).
Iniciativas
O Instituto Mano Down surgiu em 2011, após a publicação do livro "Mano Down - Relatos de um irmão apaixonado", escrito por Leonardo, onde ele relata as vivências com seu irmão Eduardo, o Dudu do Cavaco, músico com Síndrome de Down. O objetivo da instituição é dar visibilidade e criar oportunidades para que as pessoas com síndrome de Down sejam incluídas na sociedade e reconhecidas por suas capacidades.
Leonardo conta que “quando o Dudu nasceu, a expectativa das pessoas com Down era de 25 anos, hoje já é de 60 anos”. No entanto, quando o assunto é inclusão, ainda há muito o que ser feito. Segundo dados coletados pelo Instituto, 73% dos pais homens ainda abandonam o filho com deficiência intelectual, antes dele completar 5 anos. Então a gente luta para mudar essa realidade. Por isso, a gente fala que representatividade importa”, completa o empresário.
Mercado de trabalho
Dados do Censo realizado pelo Instituto Mano Down, em 2021, mostram que Belo Horizonte tem aproximadamente 26 mil pessoas com deficiência intelectual, 6 mil deles com Síndrome de Down, e menos de 100 geram renda. O tema será discutido durante a assembleia no intuito de viabilizar mais oportunidades para o grupo.
Além disso, instituições que lutam pela causa tentam uma alteração no Estatuto do Idoso que, atualmente, classifica como idoso pessoas acima de 60 anos. O objetivo é que pessoas com Síndrome de Down sejam reconhecidas como idosas a partir dos 40 anos, uma vez que elas têm envelhecimento precoce. Assim, poderiam assegurar mais direitos e benefícios ao grupo.
Celebração
O Dia Mundial e Nacional da Síndrome de Down é celebrado neste 21 de março. A data é reconhecida pela Organização das Nações Unidas (ONU) desde 2012, mas passou a fazer parte do calendário nacional a partir de 2022, com a aprovação do PL 6576/2019 do ex-senador Lindbergh Farias (PT-RJ).
Em cada célula do indivíduo existe um total de 46 cromossomos, divididos em 23 pares. A Síndrome de Down é gerada pela presença de uma terceira cópia do cromossomo 21 em todas as células do organismo (trissomia), por isso, o dia 21 de março foi escolhido para a celebração da data.
Foto: Divulgação
Fonte: R7 Minas